quarta-feira, 6 de julho de 2016

Cap. 4 - Para onde vamos daqui?

Cap. 4

Para Onde Vamos Daqui

Timóteo, por que você vai associar-se a Paulo? Você está procurando encrencas. Há quanto tempo o conhece? Há três ou quatro anos? E o que aconteceu durante esse tempo?
Lembra-se da primeira vez que o encontrou? Ele foi apedrejado, arrastado para fora da cidade, e deixado como morto. É isto que Oe quer que lhe aconteça em cada cidade aonde for?
Lembra-se do que aconteceu logo depois que Paulo partiu? Ele foi difamado, mal-interpretado e as suas palavras foram deturpadas. Em sua carta, ele disse que tinha receio de ter sido vão o seu trabalho. É isso o que você quer da vida? Pode parecer fascinante visitar cidades estrangeiras e culturas diferentes, mas se fizer mais inimigos que amigos, que bem haverá? O que você espera conseguir?
E não se esqueça de como você é, Timóteo. Você não é o tipo machão; você é muito ligado à sua avó. Você está mergulhando mais fundo do que pode, Timóteo. Seria melhor você ficar por aqui mesmo e tornar-se um presbítero na igreja de Listra. Há muito trabalho de Deus por aqui, você sabe.
E Eunice e Lóide, você não acha que elas precisam de você? Estão ficando velhas e agora precisarão de você mais do que nunca. Você podia tornar-se um comerciante e progredir em Listra. Se você tiver sonhos mais altos, poderá mudar-se para Icônio e estabelecer-se aí.
Não, Timóteo, não faz sentido você ir com Paulo, sabe Deus para onde.

Conselho a Paulo

Paulo, não faz sentido algum você escolher Timóteo como auxiliar. Lembra-se da última vez que fez isso? Barnabé levou junto o seu sobrinho na primeira viagem missionária e, logo que apareceram algumas dificuldades, João Marcos o abandonou. Está disposto a passar por isso de novo?
E não foi só isso, Paulo, o conflito estragou uma linda amizade entre você e Barnabé. Você decidiu que nesta viagem missionária não levaria um rapaz jovem como Marcos. Seria melhor levar um amadurecido veterano como Silas.
Agora, mal começada a viagem, você convida o jovem Timóteo a ir com vocês;  ele é mais jovem do que Marcos. Paulo, isso não faz sentido.
Além disso, olhe para Timóteo. Ele não é nem um atleta olímpico, você sabe disso muito bem. Ao chegar a Icônio, já deve estar com bolhas nos pés. No que acha você que Timóteo pode ajudá-lo? Se ele ficar com saudades de casa, será mais um problema para você enfrentar.
Não, Paulo, isso parece das coisas mais arriscadas que você já fez, e olhe que você tem enfrentado riscos enormes.

Uma mensagem a compartilhar

Era o ano 49 da nossa era. Mais do que dois anos depois da primeira viagem missionária de Paulo. Ele já estava perto dos 50; Timóteo tinha quase 19.
O mínimo que se pode dizer sobre estes dois últimos anos é que tinham sido cheios de acontecimentos. Paulo não somente enfrentou a heresia dos gálatas com a sua epístola severa, mas foi em seguida com Barnabé até Jerusalém (Atos 15) para uma reunião de cúpula com os líderes a fim de tratar dos mesmos problemas. Embora aceitando os pontos de vista de Paulo, aqueles líderes pediram aos gentios recém-convertidos que se abstivessem de certas práticas particularmente desagradáveis aos judeus.
Além do mais, para resolver quaisquer eventuais problemas, eles prepararam um decreto apostólico e pediram a Paulo que o fizesse circular entre as novas igrejas.
Foi provavelmente com grande alívio que Paulo e Barnabé voltaram para Antioquia. O caso tinha sido bem resolvido; agora podiam voltar ao trabalho.
Quando a igreja de Antioquia recebeu a mensagem da igreja de Jerusalém, todos se alegraram; a unidade tinha sido restaurada no corpo de Cristo. A igreja estava em paz. O assunto que a dividira por alguns anos estava finalmente resolvido.
Não demorou muito para que Barnabé e Paulo sentissem que era hora de espalhar as boas notícias a todas as novas igrejas, que eles tinham estabelecido dois ou três anos antes: Jerusalém e Antioquia estão de acordo; Pedro e Paulo estão de acordo. Judeus e gentios são um em Jesus Cristo; ambos os povos encontraram a salvação da mesma maneira. – (Veja Atos 15:23-29).
Então surgiu um problema. Sem importância, realmente.
Barnabé queria dar ao sobrinho uma segunda oportunidade. Barnabé era o tipo de homem de coração bondoso, sempre pronto a arriscar-se pelos outros. Aos antes, ele se havia arriscado por um novo convertido chamado Saulo. A igreja cristã de Jerusalém assustava-se até ao ouvir o nome de Saulo, mas Barnabé estava pronto a se arriscar e aceitar o fato de Saulo ser realmente um irmão e m Jesus Cristo conforme afirmava. O resto da história já conhecemos.
Agora Barnabé queria dar a Marcos uma segunda oportunidade. É claro que sendo marcos um parente, os motivos podiam estar um tanto distorcidos. Como saber?
Paulo, porém, foi taxativo: “Esta é uma viagem missionária, não um projeto de reabilitação. Marcos teve uma oportunidade, e jogou-a fora. Os objetivos são altos demais para que se arrisque o êxito desta expedição missionária.”

Cristão contra cristão

Durante séculos, tem-se discutido sobre a possibilidade de erro de Paulo ou Barnabé. Talvez ambos estivessem errados. Ou talvez ambos estivessem certos.
Agora, quase 2000 anos depois, isso faz pouca diferença, mas podemos aprender duas coisas decorrentes do episódio:
1.    O diabo não gosta de união. Justamente quando toda a igreja estava unificada sobre o modo da salvação, os dois líderes missionários tiveram uma desavença e se separaram.
2.    Deus pode realizar os seus propósitos seja como for. É surpreendente que Deus tenha posto em prática o versículo 28 do capítulo 8 de Romanos, para o bem de todas as pessoas envolvidas. Uma desavença entre dois líderes cristãos não é uma boa coisa; todavia, Deus pode anular o mal.
Por causa da discórdia formaram-se dois grupos missionários ao invés de um. Marcos, o pivô da desavença, foi recuperado enquanto trabalhava com o seu paciente tio e tornou-se mais tarde um valioso companheiro do apóstolo Paulo (Colossenses 4:10; Filemom 24; 2 Timóteo 4:11). E, naturalmente, se Marcos tivesse acompanhado Paulo na segunda viagem missionária, não haveria necessidade de Timóteo fazer parte do grupo.
O companheiro inseparável de Paulo na segunda viagem foi Silas, membro da igreja de Jerusalém e uma escolha estratégica.
Se ainda persistirem algumas dúvidas entre os gálatas sobre a necessidade de seguir as práticas do Antigo Testamento, Paulo podia apresentar o decreto de Jerusalém, assinado e selado por Tiago, Pedro e os outros. E tinha também ao seu lado um membro da igreja de Jerusalém: “Se vocês não acreditarem em mim,” poderia Paulo dizer, “poderão acreditar em Silas.”
Talvez fosse Silas quem redigiu o decreto de Jerusalém, porque o estilo é muitíssimo semelhante ao das duas Epístolas aos Tessalonicenses que Silas escreveu, como secretário de Paulo.
Paulo e Silas não seguiram a mesma rota de Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária. Naquela viagem, Paulo e Barnabé foram primeiro a Chipre por ser a terra natal de Barnabé. Parece que, ao se separarem, Paulo e Barnabé dividiram o território a ser percorrido. Barnabé e Marcos iriam a Chipre; Paulo e Silas iriam à Galácia.
Portanto, desta vez é provável que Paulo tenha passado pela sua cidade natal, tarso, atravessado a cadeia de montanhas do Tauro pelos Portões da Cilícia em direção a Derbe e Listra, onde se localizavam as igrejas gálatas mais ao leste. Em Listra, Paulo convidou Timóteo para se unir a eles.

Mas por que Timóteo?

Investiguemos as possíveis razões de Paulo ter escolhido Timóteo. O motivo mais evidente nas Escrituras é que os cristãos de Listra e Icônio falavam bem de Timóteo. Numa época em que os presbíteros eram idosos e ninguém abaixo dos 30 anos era digno de se fazer ouvir, era extraordinário que falassem bem de Timóteo.
Parece-me que vários fatores levaram Paulo a convidar Timóteo.
1.    Timóteo tinha boa conduta, não somente na sua cidade de Listra, como também na vizinha Icônio, a uns 30 km de distância. Em dois ou três anos ele tinha chamado a atenção dos líderes da igreja como um jovem de extraordinária fidelidade. Tinha permanecido firme à mensagem que Paulo pregara.
2.    Uma palavra profética confirmou Timóteo como uma boa escolha (I Timóteo 1:18). Silas era profeta e é bem possível que foi ele quem indicou Timóteo.
3.    Não há dúvida de que Paulo percebeu a oportunidade de levar um jovem como Timóteo. Parte judeu e parte gentio, ele era o símbolo da integração de métodos que caracterizava o ministério de Paulo. Timóteo conhecia o Antigo Testamento tendo-o aprendido com a mãe e podia, portanto, ajudar na educação dos novos convertidos. Tendo crescido numa cidade gentia, não lhe seria difícil misturar-se com os gentios, como o seria para um judeu como Silas. Trinta anos mais jovem do que Paulo, Timóteo representava uma nova geração de cristãos. Pondo-o na sua equipe, Paulo teria representante de três igrejas: Jerusalém, Antioquia e Galácia.
4.    Paulo também deve ter reconhecido a necessidade de Timóteo de que se exigisse algo dele. Permanecendo em Listra, poderia facilmente tornar-se um homem sem confiança em si próprio. Timóteo precisava ser transplantado para um vaso maior a fim de desenvolver raízes mais fortes e mais profundas.
Certamente Paulo reconheceu as limitações de Timóteo; a desagradável experiência com João Marcos ainda estava muito recente. Embora o fato de ter um homem a mais na equipe multiplicasse os problemas de inter-relacionamento, o positivo pesava mais que o negativo; os prós eram mais importantes que os contras.
Assim, Timóteo foi convidado. Uma decisão baseada em considerações humanas e apoiada no discernimento espiritual. Uma boa maneira de se tomar qualquer decisão.

Por que ir com Paulo?

E quanto a Timóteo? A decisão não era só de Paulo; também o era de Timóteo.
Muitos pastores recusam o convite de muitas igrejas. Muitas pessoas se oferecem para um emprego e são rejeitadas. Ambos os lados precisam sentir o mesmo chamado.
Que fatores poderão ter levado Timóteo a unir-se a Paulo e Silas? As Escrituras não revelam a mente de Timóteo nesse assunto, mas podemos conjeturar algumas considerações que talvez o tenham influenciado.
1.    O encorajamento de amigos. Dificilmente Timóteo poderia reconhecer sua própria capacidade e suas próprias fraquezas. Mas o estímulo de parte dos irmãos de Listra e Icônio devem tê-lo animado.
2.    O convite do próprio Paulo. Às vezes é necessário criar nossas próprias oportunidades, mas geralmente uma porta aberta leva a uma decisão. É provável que Timóteo tenha sentido que Deus lhe abria uma porta para o serviço.
3.    A palavra profética. Não há dúvida de que a Palavra profética foi tão importante para Timóteo quanto o foi para Paulo. O fato de Paulo referir-se três vezes a este assunto em suas duas cartas a Timóteo (escritas aproximadamente 15 anos mais tarde) é indício certo.
4.    O mais fácil ou o melhor. Para Timóteo, seria mais fácil ficar em Listra com a mãe e a avó. Porém, ao examinar o de que ele precisava para a vida, evidenciava-se que as suas necessidades se harmonizavam com a necessidade de Paulo ter um ajudante com as suas qualificações.
Mas, quanto ao futuro incerto como companheiro de Paulo? E os possíveis sofrimentos e privações? Timóteo provavelmente se convenceu de que podia enfrentar tais problemas se ele tivesse certeza de estar agindo de conformidade com a vontade do Senhor.

Preparação para uma viagem missionária

Antes de partir, Timóteo foi circuncidado. Isso tem levantado algumas indagações, em face da longa e emotiva carta de Paulo para estes mesmos gálatas dizendo que a circuncisão não era necessária. Na realidade, ele e Silas naquele momento levavam cartas do concílio de Jerusalém para as diversas igrejas dizendo a mesma coisa (Atos 15:24).
Podemos pensar que não faz sentido Paulo circuncidar Timóteo até nos lembrarmos de que Timóteo era judeu. Nessa viagem missionária ele estaria ministrando em sinagogas judaicas; se ele fosse incircunciso, o seu ministério seria grandemente limitado.
Foi isso que Paulo quis dizer quando falou em tornar-se todas as coisas para todos os homens de modo a ganhar alguns. Ele não estava falando em deturpar o evangelho ou em suavizá-lo para que se tornasse mais agradável. Ele estava falando que não deixaria coisa alguma interferir na apresentação poderosa e eficiente do evangelho.
Não sei o que Paulo disse a Timóteo sobre a viagem a ser feita, ou sobre a data em que voltaria a ver Eunice e Lóide. Parece que Paulo e Silas pretendiam viajar no sentido dos ponteiros do relógio, começando em Listra e daí a toda a Ásia Menor.
O continente asiático vai do Japão, passando pela China e Índia, até a Turquia. Às vezes a Turquia recebe a denominação de Ásia Menor, e é esta área que consideraremos neste capítulo. Esta região, que tem cerca de 800 km de leste a oeste e uns 480 km de norte a sul, compunha-se nos tempos bíblicos de diversas províncias romanas. Algumas das quais eram: Cilicia, Galácia, Bitínia e também a Ásia. A Ásia era a província romana mais a oeste da Ásia Menor, a qual, por sua vez, era a região oeste mais afastada do continente asiático. Portanto, havia três Ásias: 1. A província da Ásia, cuja capital era Éfeso; 2. A área conhecida como Ásia Menor, que hoje chamamos de Turquia; 3. O grande continente asiático que vai do Japão à Turquia.

Começada a viagem

Como já foi dito, o plano de Paulo era evangelizar a região conhecida como Ásia Menor. Mas parece que nada saiu de acordo com o seu plano.
Alguns dizem que a pessoa que segue a orientação de deus jamais será confundida. Acho, porém, que Paulo, Silas e Timóteo ficaram bastante confusos com tantas paradas e partidas.
É provável que tudo tenha corrido bem nas primeiras duas cidades. Paulo havia trabalhado em Iônio e Antioquia da Pisídia antes e não resta dúvida de que as revisitou primeiro. Então vieram os problemas.
Dessa região, a equipe de missionários poderia ter seguido para a esquerda, visitando as cidades maiores, visitando as cidades maiores, tais como Éfeso, Colossos, Hierápolis, Laodiceia e Esmirna na província da Ásia. Mas, parece que mesmo antes de deixar Listra, eles receberam orientação do Senhor para não irem naquela direção. A filosofia missionária de Paulo era trabalhar nas cidades grandes primeiro, de modo que ele deve ter ficado bastante perplexo por deus não ter desejado que ele levasse o evangelho a Éfeso.
Como discípulo jovem, Timóteo deve ter observado com admiração, enquanto Paulo e Silas determinavam a vontade de Deus quanto ao lugar em que deviam trabalhar. Parece que Paulo sempre tinha um plano, uma estratégia. Entretanto, com a sua estratégia, estava a consciência de que nem sempre os seus caminhos eram iguais aos caminhos de Deus. Era preciso que Paulo fosse flexível e sensível à liderança do Espírito Santo.
Embora a Bíblia não diga qual era o primeiro plano de Paulo, acho que era ir tão diretamente, quanto possível a Éfeso, que devia ter uma população de aproximadamente 5000.000 habitantes. Perto de Éfeso ficavam Esmirna e Pérgamo, com quase 200.000 habitantes cada uma. Havia 500 cidades na província da Ásia e alguns cálculos apresentam uma população de 4,6 milhões em toda a província. Não é de admirar que Paulo quisesse ir até lá.
Mas, eles “foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a Palavra na Ásia” (Atos 16:6). Não foi dada explicação alguma.
Também não há explicação de como Paulo recebeu a mensagem. É possível mais uma vez tenha vindo por intermédio de Silas, o profeta.
O segundo plano de Paulo aparentemente era abrangera a parte central da Ásia Menor. Mas até mesmo este plano teve alguns problemas. E o “Espírito de Jesus não permitiu” que prosseguissem nessa direção (Atos 16:7).

Frustração e confusão

Enquanto Paulo, Silas e Timóteo se defrontavam com esta cadeia de acontecimentos frustradores e confuso, a sabedoria do plano de Deus não era tão evidente. Haviam andado aproximadamente 400 km, às vezes por terrenos montanhosos, nem sempre sabendo ao certo para onde iam, sendo que em alguns momentos cruciais foram proibidos de pregar o evangelho.
Muitos cristãos defrontam-se com o tipo de incerteza enfrentada por Timóteo. Para cada caminho que se voltam, Deus parece dizer: “Ainda não”, e não tem uma direção clara sobre o que devem fazer.
O melhor conselho é “espere”, como Timóteo fez. A orientação virá. Enquanto isso, faça seus planos estratégicos, como Paulo fez. Continue andando. Você pode estar-se dirigindo para Éfeso quando Deus diz: “Não.” Talvez você não entenda por que Deus não quer que você evangelize uma das maiores cidades do mundo. Mas, não fique parado nem se irrite. Continue em ação. Desenvolva outro plano. Deus pode até frustrar este novo plano. Talvez ele não queira que você vá a Bitínia. Mas não se desanime.
O pior de tudo é quando Deus parece colocar-nos de lado e proibir que preguemos a Palavra durante certo tempo. Será possível que seja essa a vontade de Deus? Aconteceu assim com Paulo.
Portanto, continue agindo. Continue subindo as montanhas de Mísia, que finalmente chegará a Trôade.
Chegar a Trôade era equivalente a ir de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Manaus, no Amazonas. Tarso, a cidade natal de Paulo, e Antioquia da Síria, onde ficava a igreja de Paulo, estavam na parte mais afastada do sudeste. Trôade estava na parte mais afastada do noroeste.
William Ramsey escreve: “O desenvolvimento natural do trabalho de Paulo ao longo da rota central do Império foi proibido, e a alternativa pensada por ele foi proibida também; ele foi levado a atravessar a Ásia do extremo sudeste para a região afastada do extremo noroeste, e ainda impedido de lá pregar; tudo parecia sombrio e complicado até que finalmente a visão em Trôade explicou o propósito desta estranha jornada.”
Alexander Maclaren escreve: “Deus muitas vezes submete a provações a nossa paciência e a nossa docilidade tornando muitíssimo claro o que não devemos fazer, e deixando-nos completamente às escuras quanto ao que devemos fazer. É preciso muita fé para aceitar tal disciplina.”
Trôade era um agradável lugar para se visitar, mas não para morar. Era um porto marítimo próximo do lugar da legendária Tróia, cenário da Ilíada de Homero.
Quando Paulo e seus companheiros chegaram a Trôade, tinham pela frente o Mar Egeu. Parecia-lhes que a única saída seria voltar pelas montanhas da Mísia, em direção à Galácia para lá deixar Timóteo, indo depois á Antioquia da Síria para dar o relatório à igreja-mãe. Mas, nesse caso, qual era o propósito de Deus em tudo isso? Por que Deus os havia trazido nesta viagem absurda e infrutífera?

A visão do varão macedônio

Então aconteceu o que e conhecido como a Visão do Varão Macedônio. Paulo teve uma visão, na qual um varão macedônio dizia-lhe: “Passa a Macedônia, e ajuda-nos.”
Era isso o que os missionários aguardavam. Imediatamente, começaram a fazer as malas. Depois de andarem sem rumo por várias semanas, agora não perdiam tempo em seguir a direção que lhes fora indicada.
É interessante notar que, embora fosse Paulo quem tivesse tido a visão, a decisão de partir foi tomada em conjunto: Paulo, Silas, aparentemente Lucas, e até mesmo Timóteo (Atos 16:10). As semanas de incerteza haviam feito de Paulo, Silas e Timóteo uma equipe unida.
E Timóteo? Estava ele disposto a atravessar o Mar Egeu e começar um novo ministério? Isto poderia acarretar mais tempo distante do lar e dos seus queridos.

Sim, era bem mais do que Timóteo tinha em mente quando saiu de casa. Mas, agora fazia parte da equipe e não podia desistir.

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